Um texto sincero pra falar sobre a vida
Houve um tempo na minha vida que eu queria um amor daqueles de cinema. Queria me apaixonar, queria que fosse recÃproco, natural e com todos aqueles clichês que nos ensinam desde sempre. Queria viajar, queria conhecer meus artistas favoritos, queria que ter coragem de mostrar as músicas que eu escrevia. Eu tinha vários sonhos e todos eram totalmente possÃveis, bastava eu querer muito ou ter a famosa sorte.
Mas houve um tempo em que algumas dessas expectativas me machucaram demais. Eu precisei cair várias vezes para aprender a me levantar sozinha. Eu precisei aprender que algumas coisas depende de esforço, organização e tempo. Esses tombos me trouxeram algumas cicatrizes e muitas feridas abertas, daquelas que a gente sempre precisa repor o band-aid pra não sangrar. Eu deixei muitas coisas pra trás, até algumas que valia a pena manter, mesmo que fosse apenas por diversão. Eu me afastei de muitos hábitos que eram marcantes e importantes pra mim, hábitos que eu considerava parte do meu ser e que eu jamais poderia deixar.
Apesar de todas as perdas, eu me tornei uma pessoa forte. InsensÃvel? Um pouco, mas na maioria do tempo forte, como uma pedra, quase inatingÃvel. Pensando em retrospecto, hoje eu vejo que esse tempo não durou muito, mas foi essencial pra eu aprender várias coisas sobre mim. Para que eu pudesse escolher com quais feridas eu queria conviver e quais eu queria deixar. Para eu decidir qual parte de mim eu precisava resgatar e qual eu precisava abandonar, pois, na verdade, nunca foi minha. Sabe aquela a frase "a vida é feita de fases"? É a mais pura verdade. Nós só precisamos enxergá-las pra saber passar por elas. Não da pra viver só de passagem e nós precisamos lutar incessantemente contra o egoÃsmo que insiste em nos dominar. Me enganei ao achar que o que egoÃsmo fazia bem. Quem não tem compaixão pelo próximo, não tem compaixão de si mesmo, pois toda ação gera uma consequência que no fim pode voltar pra você. Por isso, é preciso encontrar o equilÃbrio para esperar até que haja outro tempo.
Como agora, em que aos poucos eu estou conseguindo voltar com os hábitos que - definitivamente - fazem parte de mim. Eu consigo selecionar minhas prioridades e não o que é socialmente aceitável. Aos poucos o hábito de transformar meus sentimentos em palavras voltou a fazer parte da minha vida e é incrÃvel conseguir escrever isso agora e dizer que ele sempre esteve aqui, implorando pra sair de dentro do lugar onde o tranquei. As vezes escrever não é questão de opção ou inspiração, é questão de necessidade. É como um impulso ou um reflexo que estava defeituoso devido a algum incidente. Talvez soe melancólico demais pra você mas pra mim é bonito, é confortante, é natural.
Por isso eu adoro histórias, adoro ficar imersa em cada uma delas e imaginar que é um mundo real e cheio de possibilidades, porque para quem a escreveu realmente são mais do que só personagens ou fatos e sim escapes para algum sentimento muito mais profundo do que poderÃamos imaginar. As vezes dói porque não depende de mim mudar as direções que elas irão seguir, mas eu posso imaginar e posso escreve-las do meu jeito. Minhas voltas no tempo serviram para eu aprender que posso ir para qualquer lugar, posso conhecer várias pessoas, posso mudar minha perspectiva. Esses detalhes serão experiências para agregar algum tipo de inspiração para o futuro.
Meus sonhos ainda são totalmente possÃveis, só que agora eu enxergo com mais claridade o caminho que preciso percorrer para a realização deles. Não é um texto sobre algo surreal mas um texto sobre como eu me sinto e por mais insignificante que seja agora, eu acredito que são desses pedaços pequenos da vida que saem as melhores histórias, e essa será uma parte espetacular da minha.
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