Eu não escrevo pra você

 
Desde que eu me entendo por gente sei que gosto de fazer uma coisa: ler. Não lembro quem me ensinou ou como eu aprendi, mas me lembro muito bem de que sempre foi uma das minhas coisas preferidas. Eu lia revista, jornal, outdoor, placa. Tudo que tinha letras me envolvia. Na escola eu brigava pra ser escolhida pra ler o parágrafo maior do livro. Logo quando eu cheguei na 1° série a supervisora da minha escola achou necessário me pular pra 2°. Motivo: “ela sabe ler muito bem”. Meus pais ficaram preocupados, mas eu que dei a palavra final: eu ia ser adiantada. Só que eu não contava com algumas coisas. Como eu tinha acabado de sair do pré eu não sabia boa parte das matérias e o pior de tudo: eu só escrevia letra de forma. Todos os meus coleguinhas copiavam do quadro e eu tinha que me sentar perto da professora pra poder ter minha atenção especial. Foi um pouco difícil, mas quando eu aprendi foi uma festa. Depois de ler, escrever era minha coisa preferida no mundo. E eu comecei a escrever como nunca. Era só ver um desenho que eu imaginava uma historia. Minha professora percebeu e chamou meus pais de novo “ela é muito boa com isso”, fui pra casa toda orgulhosa naquele dia. Desde então eu sei que eu gosto de escrever por qualquer motivo.
Se eu to triste escrevo o que eu gostaria de ouvir, se eu to feliz escrevo o que eu quero compartilhar. E não precisa ser comigo: qualquer um, qualquer situação me faz ter vontade de anotar alguma coisa. Já me questionaram muito por isso e, vez ou outra acontece de se incomodarem com minhas palavras. 
Mas pra essas pessoas, eu só digo uma coisa: eu não escrevo pra você
Eu escrevo pra deixar meus sentimentos saírem pra passear. Escrevo pra me libertar de algo que não quero mais ou pra guardar algo que eu quero muito. Escrevo porque as palavras são meu consolo, quando ninguém entende, quando ninguém quer ouvir. Escrevo porque, eu preciso mesmo escrever muito sobre aquilo que eu vi na rua, sobre o amor da minha vida, sobre minhas revoltas. Não importa o quanto seja fútil para os outros. Escrevo porque esses sentimentos ás vezes sufocam e precisam ser despejados em algum lugar. Escrevo pra alguém se identificar, porque às vezes nossas palavras não são tão nossas, nossos sentimentos não são tão únicos. Mesmo quando o que eu escrevo é sem sentido, a vida também não tem muito sentido, se você parar pra pensar. Não importa o que as pessoas falem, tem coisas que nascem com a gente, se é uma coisa boa, então devemos honra-la e usa lá para o bem.
Eu vou continuar escrevendo porque isso me faz bem, e não porque eu tenho que provar algo. Então se você não gosta, como eu disse, não escrevo pra você. Lide com isso.

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